terça-feira, 28 de janeiro de 2014

Hoje temos nos entregado sem qualquer relutância:
Completamente sem forças,
Completamente vazios.

Uma força oca que nos atrai,
Um abismo,
Não explicamos o extrativismo nem os buracos que surgem à margem dos rios agora tão poluídos.

Versos grandes,
Vazios.
Que diferença faz?
Mundo > Nós.


quarta-feira, 15 de janeiro de 2014

O mal visto de cima

Chove.
Papeleiros a correr
A chuva estraga os jornais e os papalões que eles recolheram para vender.
O pão nosso de cada dia eles não têm
Choram,
Imploram, por um mísero pão velho na esquina enlodaçada
Onde há uma padaria má visitada.

Chove.
Poetas dizem que a água do céu lava a alma
Mas a verdade é que ela estraga "o que há de comer?" de outrem.

Chove.
Cinco crianças famintas.
Papeleiro: - Tenho bocas para alimentar!


domingo, 12 de janeiro de 2014

O trem

Para quem passa no trem
O que se vê são reféns;
Presos ao trabalho, aos estudos …
Ao místico.
Rabiscos feitos com desdém,
Impunhando a tinta infame,
Celebrando a cor
E odiando…

Para quem passa no trem
Já é tarde.
A firma espera o que a conta bancária quer.

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