sábado, 18 de maio de 2013

Nefertiti

Vês que dá do teu sangue?
E que não pões tanta paixão no que precisas?
Que abandonaste as tuas felicidades
Por uma suposta "Qualidade de Vida"?

Não vês que será infeliz?
E pensarás "Por que não fiz o que quis?"
E o arrependimento virá da capa de um livro,
Lhe murmurando um jogral joliz

A alma dissecando...
E quem disse que ela existe?
O carpe diem é o que há, pois a vida é rápida
E válida

O corpo enruga enquanto ganhas dinheiro
E pensarás "Por que não fiz o que quis?"

A procura da felicidade é distorcida...
Dinheiro É Felicidade...
No entanto, sabes que não comprará a pessoa amada
Sabes, apenas, do interesse da futura mulherada...

E elas correrão atrás de ti,
Mesmo sem saber o teu nome,
Mesmo sem saber teus gostos,
Mesmo sem saber que o que procuras,
O que realmente queres,
É o sorriso de Nefertiti.





Jovanês

Vá entender a pequenina...
Tão doce e frágil,
Tão lastimável...
Envolvida numa sina de dois!
Mal sabe ela o que perde...
Mal sabe ela a trama que se desenrola....

Em torno dela, indecisões e falta de vontade...
A pobre, coitada, mal contém a ansiedade
Ah, pensa ela, que ensejo de beijar!
Mal sabe ela o selo que a vai atar;
Mal sabe ela a felicidade
E a ambiguidade do amante revolto...

Ela sabe, sim, da precocidade
Sabe, também, que é forçoso
Mas a menina não vê que,
Apesar da idade,
O amor é algo passageiro, leve e ocioso...
E beijar, nada mais é que delicioso
Contudo, uma droga infecciosa...

És, agora, maliciosa
Ó, pequena Jovanesa.


The Con

Podemos nos sentir puros mentirosos, pútridos, hipócritas...
Mas o somos?
Somos tão farsantes?
Somos coordenados por indecisão?
Somos feitos de que essência?
O que nos compõe?
Por que as pessoas falam "se cuida", se ainda não sabemos cuidar de nós mesmos?
A maioria das coisas não têm feito muito sentindo... embora sentir-se confuso não seja uma realidade, várias perguntas rodeiam e permeiam a mente, atravessando cada membrana mais sensível do cérebro.

Ainda parecemos farsantes?
Ainda somos falsas apostas?
Ainda dizemos que nos importamos?
Por quê?
Isso é verdade?
Onde está a veracidade?

Cobre teus olhos, não vejo tua face, tua boca solta murmúrios e as palavras se perdem...
És inconstante?
Todos somos.
Todos somos muros, impenetráveis, com nossos próprios segredos, sendo nós mesmos, sem hipocrisia, por alguns segundos.

Somos frágeis?
Suscetíveis?

Como vamos saber?
Tudo parece um enigma à ti.
Tudo é um enigma à ti. Inclusive eu.
Já me desvendaste?

Então sabes que sou farsante.



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