quarta-feira, 31 de julho de 2013

Our Quote Of The Day

"É que, quando amávamos, eu não sabia que o amor estava acontecendo muito mais exatamente quando não havia o que chamávamos de amor. O neutro do amor, era isso o que nós vivíamos e desprezávamos."
                         Lispector, Clarice.

terça-feira, 30 de julho de 2013

Simple Past or Present Perfect?

Se eu pudesse escolher entre dois tipos de felicidade, o meu passado com outro ou meu futuro duvidoso, acho que preferiria escolher a falsa felicidade que é o teu paraíso.

Karollstóika

Nem mais mulher...
Nem mais adolescente...
Encontra-se, ela, numa fase intransigente
Em que amar, doar-se e perder-se é só uma questão de carência;
De querer-se...
Só.
Sozinha.

Concubina da depressão fez-se
Sem motivos aparentes...
Seus segredos são velados...
Faltou-lhe pulso,
Faltou-lhe...
                    [afago?]
Do afago amargo,
Fez mel
E de suas palavras...
O mais puro fel

Atirando-se sem rumo,
Pôs-se a pensar...
Seria, deveras, sobre Amor?
Seria, deveras, sobre Cigarillas?
Seria, deveras, sobre Merlot ou Cabernet?
Seria, deveras, sobre seu Adônis perdido?
Ou sobre Eco retumbando em sua tumba de pedras?
Impenetrável...

Uma Psiquê contemporânea,
Abraçando o Cupido mal esculpido,
Feito das entranhas de um Lobo Guará,
Talhado à mão por quem faz Maracás

Ainda assim, ainda assim, sua tristeza, repentina!, continua me sendo um mistério...
A mim, observadora do Alto,
Atiro-me num salto por um átimo de certeza...
Sei da tristeza dela...
Confessou-se à mim, Condessa...
Escapou de minhas mãos
                                         [E suposições]
Como uma libélula que foge ao entardecer ...

O céu já foi mais azul...
Os rouxinóis já cantaram mais alto
E os viúvos vivos travaram sua última batalha...

Nessa tela pitoresca,
Em busca de saber,
Em busca de entender o que queria...
Perdemo-nos e peço perdão por ter falhado...
Erros não evitados...
Resultados equivocados...
Não esperados...
Mal interpretados...

Ora, quanta redundância!
Quanta desimportância!

domingo, 28 de julho de 2013

Lispectorizando

Lispector, Lispector...
Não sou Lispector, muito menos Clarice...
Não sou como essa mulher, mas compreendo seus segredos...

Deusa incompreendida, lida por almas mal-formadas...
Revelou sua paixão por meio de G.H., despiu sua pele de foca e encaminhou-se ao mar.

quinta-feira, 18 de julho de 2013

Graxa X Memory Card

Procurei, procurei...
E não vi!
O que será?
Por que será?
O que aconteceu?
Nos perdemos?

Já nem sei...

Sinto-me um corpo obsoleto na história,
Um resquício mal investigado,
Um peso esquecido e fadado... ,
Um motivo de algúria...

Então, agora vejo,
Agora sinto,
Agora visualizo e amargo...

Faltou o par,
Faltou sermos casal...

Geekman ou Mecânico?
Tanta faz...
Duas pessoas,
Duas faces,
Uma personalidade...

Objetos de amor
De amadoras distintas,
As quais são tão iguais...

Tanto faz...
Duas pessoas,
Duas faces,
Uma personalidade...

O que faltou?
Será que foi Graxa?
Ou será que foi Memory Card?

Já não sei...

Geekman ou Mecânico?
Tanta faz...
Duas pessoas,
Duas faces,
Uma personalidade...

quarta-feira, 17 de julho de 2013

"Caffé d'Amour"

Meu bem, me diga:

Como é que eu faço
Para você dizer que me quer
E depois me chamar
Para tomar um café?

domingo, 14 de julho de 2013

Arctic Monkeys - Do I Wanna Know?



"Do I wanna know? If you feel the same as I do..."

As Emoções em Série: Dica musical de hoje

As Emoções em Série: Dica musical de hoje: Instant Crush - Daft Punk (ft. Julian Casablancas) Random Access Memories (2013) (clique aqui para ler a letra)

Um Atlas, por favor.

Sim, sim, conversamos durante a madrugada...
E você não me disse nada.

Sim, sim, estou equivocada...
Talvez devesse dar uma repensada.

Sim, sim, estou incomodada...
Fadada a ver você desconversar.

Sim, sim, estou enganada...
Não hei de, porém, me preocupar...

Sim, sim, estou certa...
Tu és um gajo acomodado,
De atitude e palavras lesadas,
De gestos lerdos
E poucos versos...

És, acima de tudo,
Um gajo elaborado,
Não desvendado
Nem encontrado pelo meu Mapa
Que não me levou a
Nada...

Maldito X Mal Dito

Loucura, devaneio... já não sei... Nesse abismo desenfreado,
Estou a me lançar...

Quem há de me aparar?
Tu?
Teu Deus?
Mostra, mostra, agora, a tua face
Ou, quem sabe, a face do teu salvador!
Pois o meu, que és tu, virou-me as costas,
Lançou-me ao Inferno...
Mas pouco me importa,
Já me abstive de meus pecados...

Yes, I wanna know it.

I'm too busy fallin' in love for you, baby.
Please, call me back, 'cuz I wanna know if you feel the same as I do...
But you disappear completely...
Baby, please, I've to know if you feel the same as I...
I'm a lover...
And I (think) I love you...
It costs a lot answer me?
I don't wanna be your friend, baby, please take me...
Take care of me...
Take a kiss from me...
And, finally, be mine.

sábado, 13 de julho de 2013

Meu bem, lhe falo de amor...

Pois é, amor, aqui estou eu
De novo...
A falar de amor.

Agora me renovo,
Me desdobro,
Me reencapo!

Não venho reclamar de um velho amor...
Venho anunciar o novo!
O exuberante!
O extasiante!
Quem sabe viciante e regozijante...?

Amor, por favor, não se espante!
Sei que sou infante!

De uma infantilidade hostil!
Eu sei, eu sei, meu bem...
Mas só mais um verso, eu prometo
Que fecharei os olhos e imaginarei por um instante
O teu favo de mel e tua aura delirante!

Baby, por favor, nem agora
Ou depois
Te dou permissão pra não me amar.
Estás amarrado em mim...
Cordas invisíveis a enlaçar-te.

sexta-feira, 12 de julho de 2013

Diários Não Autorizados da Ruiva do Andar de Baixo - Parte III

Sentia-se uma esquizofrênica.
Deitada na varanda de casa, os pés encostados na parede, as mãos cobrindo o rosto contra a luz do sol forte e os fones de ouvido contornando o busto por onde o fio passava...
Não era bonita.
De longe!
Era bem desajeitada. Cabelos nem curtos nem longos. Ruivos.
Uma aura encantada, mas assustadoramente distante...
Queria saber o que ela ouvia, via sua cabeça dançando, via seus lábios se movendo...
Era bonita naquele instante.

No segundo momento, despertou de um sono distante e levantou-se. Caminhou para a porta de acesso à casa com um olhar vago.
Deveria ter o que fazer, mas se sentia improdutiva.
Tinha problemas de foco, não se concentrava em nada por muito tempo...
Dado alguns minutos, passava a despedaçar a borracha, a morder o lápis, a olha o teto, a girar na cadeira e a pensar em alguém.
                                   [desconhecido por mim]
A Ruiva se levantou, caminhou e sentou de novo diante da escrivaninha.
Nada.
Absolutamente nada.
Só a dúvida e a perturbação cotidiana...
Mas a isso ela já estava habituada, só não se habituava a estudar e a ser disciplinada.

Voltou pra varanda e adormeceu durante seu banho de luz.

Cantaleu

Somos desprovidas de dotes... e de que isso importa?
Não temos uma voz boa, não tocamos nenhum instrumento (objetos valem?)
Somos descoordenadas,
Completamente incapacitadas de exercer qualquer função
Que necessite de uma equação.

Ela possui uma boa voz e toca alguma coisa.
E eu uma caneta e um papel.

Dane-se!
Eu escrevo e ela canta.

quinta-feira, 11 de julho de 2013

Não sou como o Poeta Exagerado



Não sou a Bete Balanço, nem canto ou escrevo como Cazuza, que tanto embala meus dias.
Muito menos sou a poeta do exagero...
Ou seria?
Um exagero banal, talvez...

Pudera eu me comparar à tal,
Quem sou eu?
Uma aprendiz das coisas da vida,
Dos contos de amor
E das injustiças de um mundo preconceituoso
E letal.

Não, não tenho AIDS
Não amo xerifes ou shakes Alemães.

Ninguém nunca me deixou um bilhetinho azul
Ou qualquer rosa roubada...

Não procuro um amor inventado...
Mesmo sendo isso que me reste.

Não morreria de inanição por ninguém,
Mas largaria tudo por quem valesse a pena.

Jorgar-se aos pés..
Tão íntimo e desesperado;
Tão revelador...
Tão CAZUZA!
O legítimo exagerado...

O Poeta tem razão,
O TEMPO NÃO PARA!
Então, por que nos pomos a desperdiçá-lo?
Por que não nos entregamos
                                        [E nos juntamos?

Demorei a perceber
Que isso não rima...
Quem sabe eu escrevo "sina"?
E assim tem algum ritmo.

Não adianta.
Não me igualo ao mestre,
Mas sei que seus ensinamentos de amor são válidos.

Aprendi a não investir sem pôr no seguro.


Barba Negra

Um alívio!
Um equívoco!
Me perdoe, amor, se errei
Se disfarcei os versos como se fossem para outrém;
Se fingi ser quem o espanta...

Amor, na verdade, só quero a tua saudade colada na minha face...
Ela e a tua barba,
Macia e quente,
Acalentando meu coração
E me fazendo esquecer qualquer distração.

Fazendo esquecer qualquer palavra maldita,
Qualquer palavra mal dada,
Qualquer palavra recalcada...

Palavras místicas,
Palavras cabalísticas
Entoadas pela tua voz...

Ai de quem me tire a paz...

A Outra

Ele tem outra, eu sei;
Escondeu versos no buquê.

Ele tem outra, eu sei;
Se dispôs a fazer qualquer coisa.

Ele tem outra, eu sei;
Já não passo de migalhas.

Ele tem outra, eu sei;
Persistirei a sofrer.

Ele tem outra, eu sei;
Fantasmas na janela.

Ele tem outra, eu sei;
Esperanças despedaçadas.

Ele tem outra, eu sei;
Para quê me debulhar em lágrimas?

Cazuza - Preciso dizer que te amo

"Eu preciso dizer que te amo, te ganhar ou te perder sem engano"

https://www.youtube.com/watch?v=lt7cc4VpRDw&feature=youtube_gdata_player

quarta-feira, 10 de julho de 2013

Poemas Tardios

Dorme, dorme bem
Meu anjo velado,
Amor não idealizado...

"Sono para sonhar
E realidade para viver"...
Ganhei este conselho, mas o recebo com desprezo
Não por falta de querer,
Se não fosse falta do meu anjo velado,
Que dorme, abençoado,
E que nada tem a ver com a realidade
Ou com a imposição de alguma religião...
É apenas anjo.
Nem bom, nem mau;
Atencioso e descuidado;
Ingênuo e malicioso;

É apenas anjo.

E o que mais poderia ser?
Apenas um humano resplandecente,
Esperando envelhecer,
Descuidando a barba mal aparada
E renegando a amada ...
Não, não amada por ele
Ou seria?
Será?

Quem sabe...

Entrevistas com a Apresentadora Psicodélica, filha de Dr. Soop e representante de sua Marchinha.

Então é isso. 
Por alguns segundos ela sente como se a vida estivesse suspensa; como se ninguém tivesse o direito ou a ousadia de respirar, sorrir ou, até mesmo, chorar.

Aguardaria e que outra opção ela teria?
A vida retornaria em milésimos e o choque passaria.
Bem sabia disso.

"Por que a pressa?", a indagariam e ela não saberia como responder, pois mal sabia como respirar no momento.
Seria um momento de crise?
De sensação de fracasso?
De não conseguir ultrapassar as barreiras intransponíveis?

Ela não sabia.

Sentou-se no chão e pôs-se a comer jujubas, como sempre fazia em momentos de crise.
Mas elas não faziam o mesmo efeito... por que seria?

Percebeu-se, então, isolada.
Não sozinha, mas distante.

- Como mudaria?
- Não sabia.

- Ao menos queria mudar?
- É... mais ou menos. Um pouco complicado tocar nesse assunto. Próxima pergunta.

- Então por que reclamava?
- Hum... complexa demais. Tem alternativas para responder?

- Não, não temos. O que você vai fazer agora?
- Ler, estudar também. Assistir alguns filmes também.

- Se sente feliz?
- Não plenamente ou como idealizava, mas ninguém é 100% por qualquer coisa.

- Então ela é infeliz?
- Acabei de responder essa pergunta. Próxima.

- Por hoje não tem mais. Basta, a equipe se cansou.
- Está bem, nos vemos amanhã.

- Até.
- Não esqueça, tente retirar mais informações dela, sabemos que ela vai surtar com esse relatório, maaaaas... foi necessário.
- Certo, certo. Até.

domingo, 7 de julho de 2013

Argonauta Errante

Me enganei demais...
Acabei por associar seu nome à uma segurança que nunca viria a ter;
Sussurrei segredos ao pé do teu ouvido a fim de nos entreter e te ver sorrir;
Apostei um sentimento e perdi a lucidez.

Agora te escrevo versos brancos que não hás de ler ou compreender
Ou muito menos se importar.

Sei que não há de te tocar
Tais frases soltas
Envoltas por um sentimento piegas

Sei que tua chama se inflama por qualquer outra coisa
Ou alguém

Sei que fui inconsequente e desprovida de senso...
Só te peço mais uma chance, meu bem
Para me ouvir, mas
Não se preocupe, não hei de cantar, pois minha voz não é doce,
Mas minhas palavras podem ser…
Peço desculpas por nem isso direito fazer!

Sim! Sim!
És meu legado!
Foi meu passado, és meu presente [ausente] e te quero como meu futuro!

Ainda me aceitas?
Onde assino o meu nome?
Precisa de cartório e data de nascimento?

Garanto que lhe faço rir
E quem sabe sorrir...

Não de piadas, mas de te fazer feliz.

O texto é pobre, eu bem o sei.
Mas, meu bem, o que lhe guardo é rico!
É sentimento lapidado em ouro!

Dá-me a chance?
Agarra-me a mão que te levo para onde quiserdes ir
Serei tua guia;
Argonauta das naus da paixão!

Ora, veja só!
E eu que prometi não lhe escrever mais me perco neste caminho...
Bem sabes que não hás de ficar sozinho...
Lhe prometo!
Só mais unzinho...
Por favorzinho...
E não serei tão errante quanto dantes!

Diários Não Autorizados da Ruiva do Andar de Baixo Parte II

Ontem, ela foi dormir com o som da chuva e hoje acordou ao som da chuva.
"Agradável", deve ter pensado ela, pois ela tem o típico comportamento daquelas que apreciam um belo dia de chuva e o conforto e o calor do lar.

Persisto em acompanhá-la, de longe e anonimamente, como um espectro perpétuo colado ao vidro.
Sei que ela aprecia chá ou café com biscoitos de chocolate e sei que sempre que ela pode ela vai para a varanda ler, pensar ou simplesmente aproveitar o dia.
Sei também que ela tem um amor. Se ela é correspondida ou não, isso já não sei, mas sei que todos os dias ela, provavelmente, acorda com a sensação de ter um motivo para sorrir ou para chorar.

Hoje, ainda, percebi que ela estava triste... ou muito ocupada.
Não acendeu a típica luz de cabeceira do quarto e ficou a ler, como de costume.
Gostaria de saber quais são seus livros prediletos, mas não tenho coragem de chegar perto dela. 
Não sei nem seu nome.
Hei de descobrir...

Esses diários tão secretos...
Não, não a amo.
Não sinto desejo de possuí-la.
Muito menos sou homem, mulher ou ao menos humano.
Sou um espectro, uma fumaça que a sobrevoa.
Um lado adormecido seu... inquieto e louco para se libertar...

Hoje senti o cheiro de jujubas e sei que ela as comeu, pois senti que a chuva carregou o cheiro delas para mim...
Foi algo tão pessoal e inédito!!!
Sem explicação! Me senti tão bem por ver algo tão simples, mas ao mesmo tempo pude sentir o sabor também...
Mesmo que eu não quisesse, eu sou ela, uma parte desconhecida...
Um lugar escondido, mas que aos poucos se revela...
Não sei se sou a felicidade dela, que tem se escondido, ou a possibilidade de amar... ou qualquer outra coisa.

Não sei.

Só sei que quero mais jujubas.

Contos da Julieta Corrompida

Eles falam de amor
E eu morro de tédio.

Talvez porque o amor não possa ser proferido
E quem o sente não o exiba descaradamente
E quem o receba nem se dê por conta.

Terei eu amado?
Amor romântico?... talvez sim, talvez não.

Isso não importa.
Amar faz as árvores serem menos árvores?
As impede de servir de agasalho para o velho casal de João de Barro?
Amar nos impede de apreciar o Sol?
Faz dele menos brilhante?

Então, qual o problema desse casal tão pacato, tão irritante, tão inerente, tão descolorido, mas que se julga tão novo e emocionante?

Não há problema.
Exceto que são irritantes.

A Julieta Corrompida jorra lágrimas de sangue
E queima por aqueles que fingem amar
Porque o amor não pode ser descrito com palavras
Ou com beijos
E abraços...

Amar é pensar...
Mas é despensar!
Amar é se importar;
Amar não é querer o que se vê;
Amar transcende a carne...

Sendo assim, poucos amam
E nem eu sei se já amei

Mas eu?
De que importa?
A juventude é longa
E por hora apreciarei as árvores, as flores que são é o que são porque são, não vestem-se de sentimentalismos...

Agarrar-se às coisas místicas...
Para quê?
O que há de místico em apenas sermos?
Quando sermos é a única coisa que precisamos ser, sem fingir para ninguém.
Quando rolar na relva pode ser mais prazeroso e menos preocupante do que querer saber se se é amado?

Apreciarei a natureza.
É o que há
Mas nem a natureza já é mais natureza.
A natureza em si já é corrompida
Assim, como o falso e ilusório amor de tantos que vejo por aí.

Expondo o "amor"…
Expondo-se ao ridículo

Ser e apenas ser.

E amar o concreto,
Deixando o abstrato para os loucos e para os desesperados por um pouco de atenção.

sexta-feira, 5 de julho de 2013

Os Sapatos de Alguém

Pode até parecer loucura, pode parecer sem fundamento, mas, sim, eu acredito que os sapatos de uma pessoa nos revelam muito mais que um sorriso.
Por quê?
Simples.
Já parou para pensar que a vida dela se resume a sola dos sapatos?
Os lugares onde ela vai, as tristezas, as alegrias, as ambições, as angústias, os lamentos... tudo isso ela pode ter passado usando, por exemplo, um velho tênis surrado, mas muito querido por ela.

Enquanto caminho, reparo, primeiramente, no calçado da pessoa e me ponho a pensar em que situações a/o tal passou com ele.
É como se todo o quadro ficasse em preto e branco, toda a paisagem si perdesse o foco e o único destaque em cores fortes e nitidez fossem os sapatos...
A imagem pode ser forte, pois a pessoa pode não estar necessariamente de "sapatos". Para alguns a sola do pé é o único calçado que podem vestir ou, no máximo, um chinelo de dedos arrebentado.
Avisei que a imagem poderia ser forte.
Os alertei que os sapatos são "as portas da alma"... posso ter sido ridicularizada no princípio, contudo, hão de me compreender...
Os pontos de vista expostos, os pés expostos...
Tudo exposto, então.

quinta-feira, 4 de julho de 2013

Diários não autorizados da Ruiva do Andar de Baixo

Hoje eu resolvi mudar.
Tomar uma posição...
Ser alguém!
Parar de lamuriar sobre os sentimentos e agir de forma mais madura.
Hoje eu decidi deixar pra trás todas as minhas dúvidas.
Hoje eu resolvi me deixar levar...
Ser um pouco mais leve e livre...
Ser um pouco mais de mim...
Pertencer somente à mim mesma...
Hoje eu resolvi rever meus defeitos e meus objetivos.
Decidi deixar de ser tão pessimista e dura...
Decidi me liberar e me abrir à amar, mas sem se apegar...
Decidi tomar um Sol na varanda e molhar a camisa com meu pranto.
Hoje resolvi não procurar por saídas bruscas e desesperadas, mas sim refletir sobre o que é mais sábio.
Hoje resolvi não me cobrar tanto...
Decidi me permitir mais.
Hoje resolvi tomar café com Mentos de Yogurte e revelar alguma virtude
[Para algum estranho]

Hoje resolvi mudar.
Abandonar essa nuvem negra,
mas usar a massa cinzenta.

Hoje resolvi não tomar banho... E que DANE-SE!
Sou infame...

Hoje resolvi não contar meus inimigos ou pensar numa resposta feia... hoje resolvi descansar.

Hoje já não me vi mais como a mesma, mesmo observando à espreita, à espera de qualquer lugar...
Hoje resolvi não entrar na "bad", mas sim dar um mergulho de bico na "bed".

Hoje resolvi não pensar, apenas sentir, contrariando tudo o que eu disse.
Estimular meu cérebro com cenas felizes ao invés de drogas letais.
Sentar e escrever, sem deixar o café padecer ou a cadeira/caneta/caderneta resfriar.

terça-feira, 2 de julho de 2013

Sorrisos à là Barbante

De fato, é bem cansativo permanecer observando esses rostos tristes...
Sorrisos de barbante, disfarçando os olhos tristes e as verdadeiras intenções.
Não apenas isso, persistiremos vendendo uma falsa imagem? Persistiremos nessa trama irracional?
As pessoas vêm e vão, já nos acostumamos. Mesmo algumas no fazendo bem, a maioria insiste em nos trucidar.
Por quê?
Por que a natureza ociosa do homem teima em pensar, quase que exclusivamente, no mal do próximo?
Por que perante o tédio nos martirizamos?
Por quê nos escondemos das pessoas? O mundo não gira ao nosso redor. Talvez sejamos muito narcisistas e antropocêntricos para admitir que o objetivo do outro não é manter contato conosco... não mais, ao menos.
Tudo que escrevemos pode ser considerado ambíguo e, com certeza, afetará alguém mesmo que não seja nosso "alvo", por assim dizer.
Prescrever metas não ameniza a angústia. Talvez, apenas, temporariamente, mas não, com toda certeza, aquela que está aprofundada no âmago...
Talvez devêssemos ser impessoais:
"A solidão é algo que afeta...".
Não. Não dá.
Precisamos continuar sendo e sentindo, mesmo que seja ruim e desgostoso. Não aprenderemos apenas com as boas experiências...
Gostaria de continuar com meu monólogo, mas já prevejo que entrarei em questões existenciais e não, não sou como Espinoza, que já possui a teoria da "arte de viver".
A busca pela compreensão do comportamento humano é para os psicólogos e filósofos, não me encontrando em nenhuma das situações acima, me retiro de mansinho, guardando pra mim as sátiras que crio, vejo e pré vejo da comédia humana.
Desejaria boa noite, mas não sei se quem ler o lerá durante esse intervalo de tempo. Sendo assim, bom dia!, boa tarde!, boa noite!

P.S.: Mesmo sendo um fato desconhecido as palavras possuem um poder imensurável, dessa forma, aqueles que as possuem devem cuidar linha por linha o que escrevem com a tinta perpétua da Internet.

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