Guardei, chorei e não recebi
Do teu amor, cujo coração guardado
Foi sangrado e padeceu
Tuas palavras eu ouvi,
Tuas lágrimas segurei,
Para ganhar
-Ganhar o quê?!
O dissabor da tua ingratidão
Refletida na tua sombra ocular!
Desfaz teus mistérios e a névoa que te cerca,
Fria e calculista,
A amargar minha vida
E a interceder minha brisa!
Enegrece minha vista...
- Findaste por ter-me em fuligem...
segunda-feira, 24 de dezembro de 2012
quinta-feira, 13 de dezembro de 2012
Não, não tenho nada a dizer
Não sei mais o que escrever,
Não tenho mais o que dizer...
Me restam linhas duras;
Linhas rígidas;
Frias.
Calculistas.
Podia escrever sobre a saudade,
Podia falar a verdade,
De novo?
É claro!
Mas você passa a me odiar,
A me repudiar
E quando vejo,
Vejo duas saídas:
Ou eu lhe peço desculpas ou lhe fujo entre as mãos.
Fugi entre tuas mãos e nada,
Tu ou eu,
Fizemos para mudar.
Razão do meu ódio, tornou-se esse mágoa,
Essa ruptura.
Faltou-me palavras e não lhe peço desculpas.
terça-feira, 4 de dezembro de 2012
Breu dos teus olhos
Vejo tristes olhos negros.
Ó, belos olhos negros,
Olhos de Corcel,
Olhos tristes de perro indócil,
Tristes são aqueles pequenos olhos.
Breu total!
Compartilha a tua incerteza...
Não és tua?
Então por que revelas tristes olhos negros,
Olhos negros tristes,
Negros tristes olhos?
Meu telescópio não alcança tua casa...
E não posso mirar tuas órbitas...
Do que me vale Saturno se não hei de ter teus belos negros tristes olhos?
Olhos de Corcel, olhos de perro indócil?
Tristes olhos negros, retirar-te-ei o breu da invernosa tristeza inverossímil.
Ó, belos olhos negros,
Olhos de Corcel,
Olhos tristes de perro indócil,
Tristes são aqueles pequenos olhos.
Breu total!
Compartilha a tua incerteza...
Não és tua?
Então por que revelas tristes olhos negros,
Olhos negros tristes,
Negros tristes olhos?
Meu telescópio não alcança tua casa...
E não posso mirar tuas órbitas...
Do que me vale Saturno se não hei de ter teus belos negros tristes olhos?
Olhos de Corcel, olhos de perro indócil?
Tristes olhos negros, retirar-te-ei o breu da invernosa tristeza inverossímil.
domingo, 2 de dezembro de 2012
Convergência
Acho que não preciso mais disso.
Na verdade, tenho certeza de que nunca precisei.
Cansei.
Cansei de tudo: das pessoas, das cores, do meu rosto, do meu corpo, dos móveis, dos automóveis e principalmente de quem me usa; de quem me enxerga como reflexo de outra pessoa; de quem procura em mim pontos coincidentes com os demais.
Odeio coincidências.
Não venha me dizer que somos "comuns" por termos pontos convergentes. Por termos os mesmos gostos;
Não venha me dizer que pesquisou nossos ascendentes e que somos "comuns" por causa disso;
Não venha me dizer que somos do mesmo signo;
Não venha me dizer que procurou pela hora e pela data do nosso nascimento;
Não venha me dizer que capturou, num dia, o mesmo brilho no olhar.
Nunca serei quem você quer.
Coincidências são medíocres e quem as procura é ainda mais.
Odeio coincidências.
Na verdade, tenho certeza de que nunca precisei.
Cansei.
Cansei de tudo: das pessoas, das cores, do meu rosto, do meu corpo, dos móveis, dos automóveis e principalmente de quem me usa; de quem me enxerga como reflexo de outra pessoa; de quem procura em mim pontos coincidentes com os demais.
Odeio coincidências.
Não venha me dizer que somos "comuns" por termos pontos convergentes. Por termos os mesmos gostos;
Não venha me dizer que pesquisou nossos ascendentes e que somos "comuns" por causa disso;
Não venha me dizer que somos do mesmo signo;
Não venha me dizer que procurou pela hora e pela data do nosso nascimento;
Não venha me dizer que capturou, num dia, o mesmo brilho no olhar.
Nunca serei quem você quer.
Coincidências são medíocres e quem as procura é ainda mais.
Odeio coincidências.
domingo, 25 de novembro de 2012
A Singularidade da Tua (Minha?) Beleza
Aparência.
Do que importa ela se lhe falta caráter?
Do que importa se sou ou não agradável aos olhos?
Traz-me uma sensação incômoda essa certeza de que,
Se fui seleta, fora porque algum atributo físico lhe roubou o olhar;
A atenção.
A minha "beleza" está nos versos...
E nem neles mais o estão!
São eles, todos, tão brancos...
Vazios.
Tolos.
Supérfluos?
Insensato é eu tentar me adequar pra você.
Do que importa ela se lhe falta caráter?
Do que importa se sou ou não agradável aos olhos?
Traz-me uma sensação incômoda essa certeza de que,
Se fui seleta, fora porque algum atributo físico lhe roubou o olhar;
A atenção.
A minha "beleza" está nos versos...
E nem neles mais o estão!
São eles, todos, tão brancos...
Vazios.
Tolos.
Supérfluos?
Insensato é eu tentar me adequar pra você.
sábado, 24 de novembro de 2012
Não pretendia; não queria
Equívoco! Paranoia! Insanidade...
Também não sei o que queria expor;
Desculpe-me compartilha-lá contigo
E não releve minha insensatez,
Mas revela, à mim, tua fiel seguidora, se é obrigatoriedade;
Obrigatoriedade da tua parte ser meu consorte?
Livrar-me-ei de tal incômodo se esse vir a tornar-se o teu infortúnio
Porque, dos meus, cabo já procuro o dar.
São, essas, palavras tão bem medidas e procuradas;
Selecionadas por mim como um ourives a medir sua prata
E a negociar seu ouro,
Mas que no fim perderam seu objetivo de dizer-lhe que...
?
Também não sei o que queria expor;
Também não sei o que queria enxergar;
Também não sei o que pretendia lhe impor;
Apenas sei que não pretendia te amar.
sábado, 17 de novembro de 2012
Loja de Brinquedos
Ontem, ao dar uma volta pelo
shopping, passei em frente à loja de brinquedos e, que incrível!, porque tive
uma sensação tão boa de nostalgia dos meus 6 ou 7 anos e das correrias entre os
corredores lotados de brinquedos...
Admito: essa foi uma época em
que tive grande fascínio por bichinhos de pelúcia. Queria consumir todos eles,
queria dispô-los nas prateleiras do meu quarto e apertá-los como se não houvesse
amanhã.
Enfim, há um momento em que
todos nós crescemos e, oh! Que infelicidade, nosso desejo por consumir também
cresce, mesmo que se modifique.
As garotinhas de ontem são as
fanáticas por bolsas e sapatos do agora e, aqueles menininhos fofos, são hoje
homens alucinados por carros e acessórios fúteis, como sonzão e rodas de liga.
Amadurecemos, na realidade, a
nossa futilidade perante as coisas que desejamos comprar; perante as coisas que
não precisamos, mas que, para nos sentirmos incluídos nessa sociedade
capitalista, findamos por obter, mesmo que para isso nos endividemos até os
olhos.
Não nego: eu também compro como
uma mulherzinha alucinada. Temos, todos, esse impulso por possuir algo de que não
necessitamos realmente e mesmo que neguemos, a mídia é como uma vitrine que nos
mostra roupas, sapatos e os mais diversos acessórios que aguçam esse sentimento
de necessidade de posse; um instinto quase que animal de sobrevivência nessa
sociedade claustrofóbica; presa numa bolha de vestes multicoloridas e palacetes
reluzentes, reunidos para nos tentar e nos arrastar até o fundo daquele salão
amarelo, azul, vermelho e verde. (Essas são as cores de nossas cédulas de dinheiro,
certo?).
Entretanto, essas cores são a
decoração das paredes de tais palacetes e não podemos arrancá-las; podemos
apenas observá-las e ambicioná-las.
E quando não nos aguentamos
mais de desejo, recorremos àquela instituição que nos libera as pequenas folhas
multicoloridas, mas eles pedem pelo retorno delas! E ai de você se não pagar em
dia! Caso contrário, as multas serão astronômicas e você não dará conta,
tornando seu débito uma bola de neve. Porém não aquela neve branquinha e macia
que você via, na sua infância, nas propagandas da Disney, quando cobiçava o
boneco de pelúcia do Pluto ou a Minnie vestida de cozinheira. Não, essa neve é
colorida e possui valor real. REAL! Que divertido, pois será assim que você
deverá eliminá-la: em reais.
terça-feira, 13 de novembro de 2012
Ode a Cronos
Ó belo relógio!
Medidor do tempo;
Do tempo comedido (espalha-se ao relento)...
Tão curto! Metamorfoseia-se num necrológio!
Ó Cronos, Senhor do Tempo!
Reivindico à ti o primórdio;
Primórdio do Tejo, com velas ao vento
Navegando pelas águas - sem ódio! - e com o amável relógio!
Acordar-se: tique- taque, tique-taque...
Os seus ponteiros dourados a me apontarem
E mirar-se no espelho da hora passada: um assombro, um ataque!
Ponteiros, usados como lanças a me cravarem
Oh, não! É a velhice que me corrompe!
Oh, necrológio, ó Cronos, por que suas rugas a me cravejarem?
Medidor do tempo;
Do tempo comedido (espalha-se ao relento)...
Tão curto! Metamorfoseia-se num necrológio!
Ó Cronos, Senhor do Tempo!
Reivindico à ti o primórdio;
Primórdio do Tejo, com velas ao vento
Navegando pelas águas - sem ódio! - e com o amável relógio!
Acordar-se: tique- taque, tique-taque...
Os seus ponteiros dourados a me apontarem
E mirar-se no espelho da hora passada: um assombro, um ataque!
Ponteiros, usados como lanças a me cravarem
Oh, não! É a velhice que me corrompe!
Oh, necrológio, ó Cronos, por que suas rugas a me cravejarem?
segunda-feira, 12 de novembro de 2012
Aflar
Houve um dia em que chorei pela liberdade;
Houve um dia em que chorei pelo teu amor
Ajoelhei-me diante de ti, esquecendo minha vaidade
E recebi tua insensatez; teu olhar ameaçador
Meus olhos vibravam ao te mirar
Minhas vontades em expansão!
E teus lábios a me tentar,
Aguçar!
-Aguçavam meus sentidos e, quando tocavam nos meus, adocicavam essa pobre alma
Das amoras dos teu beijos, restaram rancores
E das tuas dores, o veneno que insuflou e corroeu meu existir,
Contaminou meu ar,
Rasgando paredes e tecidos de sentimentos.
Ser. Ser você, é o que eu não quero mais (ser).
Houve um dia em que chorei pelo teu amor
Ajoelhei-me diante de ti, esquecendo minha vaidade
E recebi tua insensatez; teu olhar ameaçador
Meus olhos vibravam ao te mirar
Minhas vontades em expansão!
E teus lábios a me tentar,
Aguçar!
-Aguçavam meus sentidos e, quando tocavam nos meus, adocicavam essa pobre alma
Das amoras dos teu beijos, restaram rancores
E das tuas dores, o veneno que insuflou e corroeu meu existir,
Contaminou meu ar,
Rasgando paredes e tecidos de sentimentos.
Ser. Ser você, é o que eu não quero mais (ser).
sábado, 27 de outubro de 2012
Aquela que é banhada por Apolo
Uma mulher com seus trinta e poucos anos.
Sim, uma mulher jovem, alta, de cabelos negros e lisos, pele alva, lábios
finos, magra, olhos verde-escuros e de beleza singular, está sentada num
pequeno sofá, para duas pessoas, marrom-escuro e de braçadeiras largas,
apresentando – aparentemente – almofadas fofas e bem estofadas. Enquanto isso,
a mulher beberica pequenos goles do café preto que está contido numa xícara de “pseudo - porcelana” com vários protótipos de Papai Noel grafados.
Detalhe: todos os “Papais Noéis” estão
abraçados e no desenho parecem entoar uma canção natalina. Seria uma canção
destinada às pobres criancinhas que ficam sem Natal? Que mal possuem um
carrinho de madeira para brincar? A comunhão simbólica entre Papais Noéis
representaria isso, uma apologia? Bem, acho que não. Acho que quem projetou o
gráfico da xícara apenas desejava um desenho bonitinho.
Retorno a me concentrar na mulher.
Deixou sua xícara sob uma mesinha de
centro, feita de madeira e de coloração marrom-escura, que combina com o sofá.
Ela ergue o rosto – rosto bonito apesar de alguns sinais de expressão apontarem
que a idade já a cerca – e parece preocupada, aflita, incomodada com algo.
Seria com a cor da cozinha nova? Não posso saber, apenas posso especular e o
que se passa na cabeça dela não é relevante neste momento.
O olhar dela percorre toda a sala,
observando rapidamente os vasos de flores ali presentes. Não sei que flores são,
mas posso dizer que uma delas é vermelha e muito bela. Já a outro, creio eu, é
chamada “Jiboia”.
A luz do sol incide, ainda, fracamente
acima das plantas e não apenas acima delas, mas também delineia o rosto da
mulher a qual agora parece uma boneca de porcelana triste, com seus grandes
olhos verdes chorosos e sua boca curvada para baixo e mesmo com os últimos
raios solares a atingirem seus cabelos, ela é uma imagem fria e mórbida; um
quadro. Mostra a beleza fúnebre dela e a tristeza dentro de seu globo ocular,
fazendo com que me recorde do “Mal do Século” ou “Romantismo”, o que dá no
mesmo, com Álvares de Azevedo e seus pesares de menino.
Os olhos dela se erguem e notam que eu
tomo diversas outras “notas” sobre ela. É tempo de acabar.
segunda-feira, 22 de outubro de 2012
Fragmentação da chaleira imaginária e devaneios consecutivos
Já não tenho mais certeza do meu amanhã
[nunca o tive
A chaleira, chia, ferve, entra em ebulição
Vai se transformando em microscópicas nuvenzinhas de gotículas de vapor d'água
Ouço o som delas lutando contra o cativeiro que a panelinha incute
Divago.
Penso que muitos de nós permanecem em cativeiros,
Ricocheteando nas paredes invisíveis do que nos aflige e escraviza.
Agoniza.
Quem vos fala não sou eu mesma, não pretendo fazer mais rodeios
E quem injetou em mim a droga alucinógena natural,
Agora prende minha mão contra seu peito
Aproxima o rosto e o encosta no meu seio,
Sussurrando palavras inaudíveis - invadem minha zona neural! -
- Talvez, meu bem...
Escravos...
Ebulição!
Chama!
Queima!
Explosão!
Gritos!
Não vou mais te ver...
Por enquanto...
- Eu te quero tanto...
[nunca o tive
A chaleira, chia, ferve, entra em ebulição
Vai se transformando em microscópicas nuvenzinhas de gotículas de vapor d'água
Ouço o som delas lutando contra o cativeiro que a panelinha incute
Divago.
Penso que muitos de nós permanecem em cativeiros,
Ricocheteando nas paredes invisíveis do que nos aflige e escraviza.
Agoniza.
Quem vos fala não sou eu mesma, não pretendo fazer mais rodeios
E quem injetou em mim a droga alucinógena natural,
Agora prende minha mão contra seu peito
Aproxima o rosto e o encosta no meu seio,
Sussurrando palavras inaudíveis - invadem minha zona neural! -
- Talvez, meu bem...
Escravos...
Ebulição!
Chama!
Queima!
Explosão!
Gritos!
Não vou mais te ver...
Por enquanto...
- Eu te quero tanto...
domingo, 14 de outubro de 2012
Calcifica e depois adocica
Eu não sirvo pra poesia
A prosa é minha amiga
Então por que componho versos?
Pela beleza?
Nem sonoridade consegui colocar!
Ó tristeza!
Inspiração, invade-me e toma as rédeas
Injeta nesse cérebro - em curto circuito - um pouco do óleo;
O óleo da criatividade!
Aproveita e ensina-a a amar,
Para que este coração não seque nem finde pela falta de ar
A prosa é minha amiga
Então por que componho versos?
Pela beleza?
Nem sonoridade consegui colocar!
Ó tristeza!
Inspiração, invade-me e toma as rédeas
Injeta nesse cérebro - em curto circuito - um pouco do óleo;
O óleo da criatividade!
Aproveita e ensina-a a amar,
Para que este coração não seque nem finde pela falta de ar
Caranguejo
Lamento pelos meus modos.
Lamento não conseguir te mostrar o que há de bom.
Lamento lamentar tanto nos teus ouvidos.
Lamento minha ignorância sobre o amor.
Lamento meu egoísmo e minha falta de empatia.
Do meu melhor restam apenas gestos bruscos e palavras ácidas.
Lamento ser esse ser; ser eremita provida de casca e garras.
Lamento não conseguir te mostrar o que há de bom.
Lamento lamentar tanto nos teus ouvidos.
Lamento minha ignorância sobre o amor.
Lamento meu egoísmo e minha falta de empatia.
Do meu melhor restam apenas gestos bruscos e palavras ácidas.
Lamento ser esse ser; ser eremita provida de casca e garras.
Para alguém como eu.
Nosso principal problema é cansar de tudo muito rápido; meu principal problema. Ficar se reinventando, não para agradar aos outros, mas para se sentir renovada, é um saco. Um mal necessário para quem sente que está faltando algo; para alguém que procura coisas novas; para alguém que cansa de si mesmo; para alguém como eu.
Ao Inferno
Dane-se que você não goste!
A sua opinião já não tem mais importância.
E aí se eu faço algo errôneo?
Mais vale a tentativa.
A sua opinião já não tem mais importância.
E aí se eu faço algo errôneo?
Mais vale a tentativa.
segunda-feira, 8 de outubro de 2012
Libido
Menos sobriedade!
E viva à libertinagem
Transformando o sexo em seriedade!
Rostos reluzentes
Em busca desse prazer entorpecente
Querendo fugir da prisão de seus corpos
Refugiando-se no tesão
E implorando pelo perdão do objeto,
Cujo coração latente
Desespera, bate e rui num abismo em expansão!
Sugai o mel do ventre cálido
E não reivindicai pelo tempo desperdiçado
Em prazer libidinoso
E viva à libertinagem
Transformando o sexo em seriedade!
Rostos reluzentes
Em busca desse prazer entorpecente
Querendo fugir da prisão de seus corpos
Refugiando-se no tesão
E implorando pelo perdão do objeto,
Cujo coração latente
Desespera, bate e rui num abismo em expansão!
Sugai o mel do ventre cálido
E não reivindicai pelo tempo desperdiçado
Em prazer libidinoso
domingo, 7 de outubro de 2012
Eu (quase) te amo
Matar é inaceitável à civilização
E amar, indispensável
Mas o que fere mais?
Amar ou matar?
Amar é nadar em rios açucarados,
Saturados de ilusões!
Matar é dar nós aos cabos;
É findar com as decepções.
Então, por que me matas?
Mata-me com sorrisos afiados,
(Teu olhar me atravessa como uma faca)
E abraços apertados
Mata-me como aqueles que erguem a espada
Arrancando o coração
Da virgem intocada!
Mata-me de amor...
- Pelo menos, assim, eu sorrio.
E amar, indispensável
Mas o que fere mais?
Amar ou matar?
Amar é nadar em rios açucarados,
Saturados de ilusões!
Matar é dar nós aos cabos;
É findar com as decepções.
Então, por que me matas?
Mata-me com sorrisos afiados,
(Teu olhar me atravessa como uma faca)
E abraços apertados
Mata-me como aqueles que erguem a espada
Arrancando o coração
Da virgem intocada!
Mata-me de amor...
- Pelo menos, assim, eu sorrio.
sábado, 6 de outubro de 2012
Presente
Não declame seus problemas para mim!
O tempo aqui é muito curto para que se reclame!
Escrevo.
Escrevo versos livres desprovidos da beleza
E quem dera se eles tivessem a pureza do teu olhar!
Escreva.
Escreva nem que seja para mim!
À mim, tua eterna ouvinte
Que lhe afaga e adocica
E a quem tu apunhala
Num delírio fotoquímico!
O tempo aqui é muito curto para que se reclame!
Escrevo.
Escrevo versos livres desprovidos da beleza
E quem dera se eles tivessem a pureza do teu olhar!
Escreva.
Escreva nem que seja para mim!
À mim, tua eterna ouvinte
Que lhe afaga e adocica
E a quem tu apunhala
Num delírio fotoquímico!
sexta-feira, 5 de outubro de 2012
Ao Meu Estranho
Desgastado dessa vida - da mesma forma que o tempo e o vento corroem
as rochas
Talvez lhe faltem realidades;
Duras e mórbidas
Os sorrisos - os teus sorrisos
São falsos e gélidos
Sombrios
quinta-feira, 4 de outubro de 2012
Menina do nanquim ou insana do divã?
Eu
nunca consigo terminar nada do que começo, pois tudo se torna complicado a
partir daqui. Nada se desenrola com a mesma facilidade que costumava
antigamente e o vazio é o pior inimigo de nós, seres humanos. Afinal, é ele que
nos corrói aos poucos, fazendo com que fiquemos remoendo coisas de um passado
distante; coisas sem motivos para recordar; coisas que deveriam estar
enterradas – muito bem enterradas, diga-se de passagem – ficam vindo à tona na
minha mente e sem qualquer intervalo.
Descansar
de mim mesma tornou-se uma tarefa árdua. Procuro uma solução para o que me
deixa neurótica (ah, essa sociedade), mas quando penso... Qual é a solução que
busco? Seria viver uma vida vazia? Livre de emoções intensas? Não tenho ideia e
talvez seja por isso que estou aqui.
Bem
na verdade começo a pensar que talvez seja necessário um manual para reaprender
a viver.
Ninguém
gosta que isso seja tão complicado, mas – depois de certo tempo – tudo se perde
no infinito deserto das lembranças. E a areia não cobre os verdadeiros
“tesouros”. Cave um pouco e você verá que deveria ter feito uma cova de sete
palmos se o seu desejo era enterrar o lhe afligia.
Eu me sentia desgastada e estava começando,
literalmente, a enlouquecer com o que estava (está ainda) acontecendo.
Um
grito mudo – sufocado – na minha garganta não me deixava respirar e eu, assim
como todos os seres vivos, necessito de gás oxigênio no sangue. O problema é
que eles não me deixavam respirar; não me deixavam pensar; não me deixavam
agir. Enquanto eu planejava a minha fuga dessa jaula invisível, eles
aperfeiçoavam suas técnicas de aprisionamento.
De
fato, como tudo, começou em perfeito estado. Comigo não foi diferente, mas com
a consciência e o tempo, degringolou. Não resisti às verdades e de certa forma
me orgulho por isso; orgulho-me por não ser mais uma peça pré-fabricada. Toda a
“verdade” que nos rodeia não é substancialmente verdadeira, nós é que
enfeitamo-la um pouco, tornando-a aceitável para a maioria.
Sim.
Mesmo quando queremos contar a verdade findamos por mentir, omitindo – ou
transformando – aquilo que realmente traria diferença. E por quê?
Essa
é uma pergunta que ainda não sou capaz de responder. Sejamos sinceros: somos
todos egoístas e mentirosos. Eis aí algo que posso afirmar com toda certeza.
No
entanto, está no juízo de cada um tornar-se ou não um bom mentiroso. Não
podemos confiar nem em nós mesmos, pois mentimos para o nosso “eu”
constantemente com a finalidade de amenizarmos situações desagradáveis.
E essa técnica? Realmente funciona?
Estou
tentando usá-la há tempos, mas nunca consegui resultados muito bons. Uma pena.
Por que será que é tão mais fácil vivermos, e convivermos, na sombra da
mentira?
Quando
um de meus maiores desejos é de ir para o sol e deixar que todos os seus raios,
toda sua luminosidade penetre a minha pele. Quero me sentir libertada de todos
os males; quero poder chorar lendo um simples livro sem ser tachada de ridícula
e quero sim tomar um banho de chuva quando sentir vontade.
Isso
é incorreto?
Começo
a pensar que sim. Essa maldita sociedade que tenta nos moldar à seu modo sem
nos deixar o livre arbítrio.
Conceber
essas verdades, mesmo que intima e secretamente, faz com que o nó comece
finalmente a derreter de minha garganta, deslizando como elegantes bailarinas.
Eu
sei, eu sei. Nada disso faz sentido, mas quem lhes disse que precisava haver
nexo nisso tudo?
Trata-se
de pensamentos soltos no papel e os “vocês” referem-se a mim mesma, aos meus
próprios pensamentos. Eu tenho ao menos
o direito de me expressar?
Sim?
Se sim, obrigada.
Respostas
prontas ficam acumuladas como saliva dentro da nossa boca e o pior é que quanto
mais tento me livrar delas, reformulando novas respostas, mais elas se apegam a
mim. E não vai demorar muito para quererem controlar até mesmo quantas batidas
o nosso coração estará “liberado” para dar a cada minuto ou quantas vezes
poderemos expirar e inspirar por hora.
A
questão é que ainda não compreendi o motivo pelo qual estou registrando esses
pensamentos “vomitados” de forma caótica sobre o papel; “Menina do nanquim ou
insana do divã?”, minha avó me indagou certa feita e eu não soube o que
responder.
Deveria
dizer meu nome? Caso eu resolva falar, digo o verdadeiro ou crio um pseudônimo?
Criando um pseudônimo caio na minha teia, naquela hora em que afirmo querer
fugir das sombras da mentira. Humpf! Está certo. Sou Alice, mas qual é a
importância de um nome? Ele não vai me definir ou definir minhas ações.
Ações...
Há tantas coisas que gostaria de ter feito diferente, mas há outras tantas que
sei que faria igual e, mesmo assim, se eu não tivesse feito nada do que fiz nos
últimos anos, certamente não estaria quem sou hoje.
Provavelmente,
seria mais uma dessas pessoas vazias que não pensam em nada além de si mesmas e
outras futilidades, mas também não precisaria estar aqui agora. Talvez eu fosse
feliz, mesmo sendo uma felicidade falsa e superficial.
-
Alice?
Caralho!
Quem é a jumenta que está interrompendo minha linha de raciocínio?!
-
Sim?
-
Pode entrar. A Dra. Narcisa já está disponível e aguarda por você – a
secretária sorri largamente.
- Ah
sim, obrigada – retribuo o sorriso.
Prestes
a entrar na sala de uma das pessoas mais odiosas que conheço: minha psiquiatra.
Ela é um exemplo perfeito da futilidade humana, pois é uma criatura que odeia a
profissão e desestimula os pacientes. Bem sei que ela quis tornar-se psiquiatra
apenas para que pudesse ter o título de “Doutora” e sempre recebendo as pessoas
com seu sorrisinho falso e nojento. Eis aqui um exemplo em que o nome determina
a pessoa: “Narcisa”. É isso que ela é, uma porra de uma narcisista nojenta que
pensa ser superior a todo o restante do planeta só porque possui PhD em
Psiquiatria.
E lá
vem ela de braços abertos e com seu maldito sorriso me receber. Como eu queria
a ver sorrir com todos os dentes quebrados. Só venho até esse inferno – duas
vezes por semana – porque meus pais me obrigam e não apenas meus pais, assim
como toda minha família. Eles pensam que eu tenho graves problemas mentais.
-
Olá Ali, como foram seus últimos dias?
-
Pra começo de conversa, não quero lhe falar sobre como foram os meus dias e não
me chame de “Ali”; não lhe dei intimidade para tanto.
-
Lamento se a ofendi, mas você sabe que meu dever é ajudar quem precisa...
-
Por isso mesmo. Você “ajuda” necessitados e como eu não sou uma “necessitada”,
então, por favor, Doutora, me poupe de seus discursos sem fundamento.
-
Mas...
-
Por favor, sente-se e finja fazer algo de construtivo enquanto eu como seus
biscoitos amanteigados.
- Eu
tenho outra opção?
-
Óbvio! Nós sempre temos outras opções. Que pergunta mais imbecil. Tsc, e isso
que você é PhD enquanto eu sou apenas uma pirralha de dezesseis anos que está
no terceiro ano do ensino médio. Esses biscoitos são realmente muito bons! –
Narcisa me observa espantada. Normal, essa é sempre a reação dela – E isso que
eu não acrescentei que estudo em escola pública.
- É
justamente isso que não consigo compreender. Você é tão madura... Como foi
ficar assim, menina?
-
Assim como? Eu enxergo além, muito além. Todavia, isso é problema meu e meus
motivos para ficar desse jeito são todos frutos dessa sociedade
distorcida. Admito, essa foi uma boa
tentativa de penetrar na minha mente, mas, infelizmente, acho que não irá
funcionar comigo. Portanto, desista.
-
Está bem, mas quando você quiser se abrir comigo, estarei à sua disposição.
-
Pode esperar deitada e já desfrutando de um bom sono. Já é muito o fato de
estarmos conversando. Dê-se por satisfeita.
-
Alice, você tem personalidade antissocial. Tens consciência do que isso
acarreta? Estou aqui tentando ajudá-la! Deixe-me fazer meu trabalho! Você é a
pessoa mais fechado que conheço.
- E
você é a pessoa mais vazia e fútil que já conheci. Comprando títulos e vendendo
diagnósticos precipitados.
Minha
voz se inflama e Narcisa parece desconfortável em sua poltrona vermelho sangue,
estofada com plumas, talvez?
- O
seu “diagbóstico” é bastante visível: sim sou antissocial! Parabéns, Narcisa!
Você fez o seu trabalho!
-
Escuta Alice...
-
Sabe de uma coisa doutora? Eu já vou indo, porque está na minha hora e
sinceramente? Os biscoitos estavam fabulosos. Adeusinho!
Saio
da sala com um sorriso cínico, o mesmo o qual todos somos condicionados a usar. Sinto-me
satisfeita hoje e acho que minha terapeuta descobriu algumas coisas sobre ela
mesma.
Boca, mel e a tua mente
O olhar oblíquo
Reluzente! Brilhante!
Retomando o passado longínquo
Daqueles andantes;
Passantes que entornavam o líquido rubro resplandecente
E agora teu contemplar
Declara não passar do meu alucinar
E nisso caio em contradição
Procurando um saída desse labirinto;
O labirinto do teus lábios
(Lábios sábios)
E com o gosto de absinto
(Ainda nos lábios)
Perdi-me
E no frenesi de libertar-me
Encarcerada encontrei-me
E que prisão deliciosa
(Teus lábios)
Me oportunizaram
E não me digas: "más despácio"!
Reluzente! Brilhante!
Retomando o passado longínquo
Daqueles andantes;
Passantes que entornavam o líquido rubro resplandecente
E agora teu contemplar
Declara não passar do meu alucinar
E nisso caio em contradição
Procurando um saída desse labirinto;
O labirinto do teus lábios
(Lábios sábios)
E com o gosto de absinto
(Ainda nos lábios)
Perdi-me
E no frenesi de libertar-me
Encarcerada encontrei-me
E que prisão deliciosa
(Teus lábios)
Me oportunizaram
E não me digas: "más despácio"!
Riso Escarlate
O tédio me corrompe
E numa fuga alucinada
Meu corpo desaba no horizonte
Calcificada; entorpecida; negligenciada.
E deslumbrada com a Aurora adormecida,
Permaneço estagnada
Remando num Mar de Lama
Lutando contra o que me prende na cama
De repente, um estouro
A respiração segue ofegante
E nesse mesmo rompante
Recobro a memória selada entre anéis de ouro
Surpresa é você estar no meio delas
Tão vivo e escarlate
O que me faz pensar se não era disso que eu precisava:
Bocas entrelaçadas
Tão vivas, tão unidas, em meio a risos... risos?
Só risos escarlates
E numa fuga alucinada
Meu corpo desaba no horizonte
Calcificada; entorpecida; negligenciada.
E deslumbrada com a Aurora adormecida,
Permaneço estagnada
Remando num Mar de Lama
Lutando contra o que me prende na cama
De repente, um estouro
A respiração segue ofegante
E nesse mesmo rompante
Recobro a memória selada entre anéis de ouro
Surpresa é você estar no meio delas
Tão vivo e escarlate
O que me faz pensar se não era disso que eu precisava:
Bocas entrelaçadas
Tão vivas, tão unidas, em meio a risos... risos?
Só risos escarlates
sexta-feira, 28 de setembro de 2012
terça-feira, 25 de setembro de 2012
Ensaio sob o espelho
Escreves tão bem - prendendo a respiração na espreita de um texto recém feito, com o papel ainda quente em função das tuas mãos acima dele. Respiração: normal, mas descompassada.
A poesia é traiçoeira, mas a prosa tornou-se minha amante, então uso essas linhas indelimitadas para a "expressão" - expressão por meio dessa junção de símbolos que formam as palavras.
Palavras que, quando manipuladas pelas minhas mãos, perdem o sentido; usadas para simular emoções... usadas para lhe mostrar, para sintetizar, as mais sortidas emoções inseridas em um único alguém: a minha pessoa. Pessoa que quando enxergo pelo reflexo do breu dos teus olhos parece irreal. Todavia, teu globo ocular a contradiz, mostrando que ela existe, e aposta uma crença inabalável em sua capacidade de atravessar essa película instável que é a imagem dela refletida.
Teus lábios descrevem em movimentos contínuos toda a confiança depositada num futuro modelável, flexível, como feito de borracha. "Admirável", ela diz. "Admirável", eu concordo. Ainda mais quando tuas certezas são coladas em meu ouvido; teus dizeres vem direto a eles e escorrem, como algo caramelizado, fazendo cócegas por onde passam e, finalmente, chegando na ponta dos meus dedos, prosseguem contaminando minhas folhas (e atraindo formigas).
O teu tato, gélido, passando - quase imperceptivelmente - acima do meu rosto vai incutindo nas minhas veias a doce configuração das tuas sínteses.
Tudo isso seria esplêndido se não fosse por um detalhe: o acaso quis que tudo isso apenas se tratasse da projeção de uma imagem no espelho, mas apenas uma única imagem; apenas um reflexo constituído por duas pessoas.
segunda-feira, 24 de setembro de 2012
Sem título
Ganhei uma nova companheira - já a tenho há tempos, mas agora sua presença faz-se constante - é ela "a vigília". Ou devo chamá-la de "Vigília", já que tornou-se uma sombra minha; uma segunda pessoa?
Ela me causa sensações diversas e contraditórias. Há momentos em que a desejo profundamente, mas nos demais instantes, quando conto com sua presença, ela dá-me a terrível sensação de telespectadora; telespectadora de minha própria vida. E quando a assisto, vejo todos os erros de gravação; os erros na fala; a falta de emoção que passo. Enfim, erros no geral.
Seria bom poder deletar ou então "editar"... isso mesmo, editar me parece ótimo. Afinal, é uma coisa que os diretores adoram fazer e o que somos nós a não ser diretores de nosso próprio filme, novela mexicana ou como quisermos chamar? Quem somos nós além dos gorvernadores de nossas vidas?
O que essa sensação de vigília nos causa? Em particular a quem está lendo isso aqui agora, o que sente? Ou não percebe quando está no "piloto automático"?
Já que estou aqui, vou lhes falar o que acho.
Presa num sorriso congelado, com os olhos vidrados, meneando a cabeça ora sim, ora não. Essa fuga da realidade (alternativa, admito) é independente. Possui vida própria e posso até dizer que se move, pois não consigo controlar - não conscientemente.
Lamento por aqueles que convivem com minha "letargia", pressentindo meu isolamento no "Oz" que é meu íntimo. Perco-me dentro de mim tão facilmente que meu corpo não passa de uma máquina com seus movimentos pré-condicionados. Quando volto a mim, já não sei de mais nada. Insegurança, risos, medo... tudo ao mesmo tempo para confundir e isolar.
O problema agora são esses burburinhos infernais que insistem em dar nós na minha cabeça; me azucrinando.
Espere! São sons externos ou minha cabeça psicótica os está sintetizando?
Ela me causa sensações diversas e contraditórias. Há momentos em que a desejo profundamente, mas nos demais instantes, quando conto com sua presença, ela dá-me a terrível sensação de telespectadora; telespectadora de minha própria vida. E quando a assisto, vejo todos os erros de gravação; os erros na fala; a falta de emoção que passo. Enfim, erros no geral.
Seria bom poder deletar ou então "editar"... isso mesmo, editar me parece ótimo. Afinal, é uma coisa que os diretores adoram fazer e o que somos nós a não ser diretores de nosso próprio filme, novela mexicana ou como quisermos chamar? Quem somos nós além dos gorvernadores de nossas vidas?
O que essa sensação de vigília nos causa? Em particular a quem está lendo isso aqui agora, o que sente? Ou não percebe quando está no "piloto automático"?
Já que estou aqui, vou lhes falar o que acho.
Presa num sorriso congelado, com os olhos vidrados, meneando a cabeça ora sim, ora não. Essa fuga da realidade (alternativa, admito) é independente. Possui vida própria e posso até dizer que se move, pois não consigo controlar - não conscientemente.
Lamento por aqueles que convivem com minha "letargia", pressentindo meu isolamento no "Oz" que é meu íntimo. Perco-me dentro de mim tão facilmente que meu corpo não passa de uma máquina com seus movimentos pré-condicionados. Quando volto a mim, já não sei de mais nada. Insegurança, risos, medo... tudo ao mesmo tempo para confundir e isolar.
O problema agora são esses burburinhos infernais que insistem em dar nós na minha cabeça; me azucrinando.
Espere! São sons externos ou minha cabeça psicótica os está sintetizando?
domingo, 23 de setembro de 2012
Distorção do espelho invertido
Essa realidade tão subjetiva, cheia de vícios... a minha pelo menos é assim.
Não posso dizer se gosto ou desgosto, porque... bem... na verdade ela me é bem insossa.
Os motivos disso? Não me pergunte, sou formada por mais de uma pessoa e quem me governa hoje sente-se assim.
Consequências de um esquizofrenia? Talvez. Nem eu sei. Talvez fosse bom eu me consultar com um profissional do ramo da "psicose". Afinal, meus olhos estão vendo demais e meus ouvidos, ah esses... eles me levam à beira da loucura a ponto de eu já não saber mais quando se trata do real e do imaginário. Nesse momento, por exemplo, ficaria muito satisfeita em ser obra da cabeça de alguém, sendo assim, em poucos segundos seria esquecida e talvez - num momento ruim, quem sabe - esse ser que me criou precisasse de mim de novo e assim suscetivamente numa cadeia sem fim. Como a cadeia alimentar. Sempre se renovando.
Alguém disse que a vida é uma viagem. Agora concordo. Ainda mais quando sei que estou aqui uma única vez e é somente essa oportunidade que tenho para ver e presenciar toda a beleza que aqui há.
Essa nossa mania de supervalorizar o que há de ruim... Tsc, eu mesma sou um protótipo do negativismo e isso é terrível. Deveria me ver e viver melhor. Talvez eu deva trocar de espelho ou quem sabe o colocar no seu devido lugar. Quem sabe?
P.S.: Sei que o título não faz sentido, mas o texto também não faz, não é?
Não posso dizer se gosto ou desgosto, porque... bem... na verdade ela me é bem insossa.
Os motivos disso? Não me pergunte, sou formada por mais de uma pessoa e quem me governa hoje sente-se assim.
Consequências de um esquizofrenia? Talvez. Nem eu sei. Talvez fosse bom eu me consultar com um profissional do ramo da "psicose". Afinal, meus olhos estão vendo demais e meus ouvidos, ah esses... eles me levam à beira da loucura a ponto de eu já não saber mais quando se trata do real e do imaginário. Nesse momento, por exemplo, ficaria muito satisfeita em ser obra da cabeça de alguém, sendo assim, em poucos segundos seria esquecida e talvez - num momento ruim, quem sabe - esse ser que me criou precisasse de mim de novo e assim suscetivamente numa cadeia sem fim. Como a cadeia alimentar. Sempre se renovando.
Alguém disse que a vida é uma viagem. Agora concordo. Ainda mais quando sei que estou aqui uma única vez e é somente essa oportunidade que tenho para ver e presenciar toda a beleza que aqui há.
Essa nossa mania de supervalorizar o que há de ruim... Tsc, eu mesma sou um protótipo do negativismo e isso é terrível. Deveria me ver e viver melhor. Talvez eu deva trocar de espelho ou quem sabe o colocar no seu devido lugar. Quem sabe?
P.S.: Sei que o título não faz sentido, mas o texto também não faz, não é?
quinta-feira, 20 de setembro de 2012
Copas às Espadas
Lado Negro do País das Maravilhas, 20 de setembro do ano vigente.
Amado Chapeleiro Maluco,
Primeiro
gostaria de dizer-lhe que o invejo por uma série de fatores: por seres homem,
pela sua inteligência, por escreveres bem, pelo teu foco e objetividade; por
“pensares”.
Quando
me olho no espelho e penso no nosso “contraste”, vejo que na maioria das vezes
a maluca da história sou eu e não você. Afinal, é a minha pessoa quem faz tudo
às avessas. Por exemplo, sou eu quem está te enlouquecendo aos poucos, mas sei
que no fundo você aprecia essa quebra de rotina.
Posso
dizer que me sinto – muitas vezes - um corpo à parte nessa colmeia gigantesca
(ou sociedade, como preferir, meu doce). Também queria que a pele fosse como um
vestido de gala que eu pudesse tirar e trocar a qualquer momento, pois talvez
assim eu não enjoasse de mim mesma, nem tivesse essa necessidade de mudar de
aparência (o que nem sempre o agrada, eu sei) constantemente. Na verdade, nem
sei por que enjoo de mim mesma, mas acho que talvez seja o fato de achar que
não me encaixo no que projeto pra mim mesma. Sabe, coisas de minha cabeça;
repentinas e velozes. Gosto de conceber os pensamentos na imagem de
beija-flores, que são velozes e gostam de sorver apenas o que há de doce,
embora nem sempre os pensamentos tenham esse sabor; essa configuração.
Estou
procurando refletir sobre o que eu sou, mas esse campo é muito flexível.
Todavia, sei que não é inseguro, mas apenas “modelável”; e “modelável” por um
tempo determinado, pois a cada momento que transcorre sinto que esse “chão” de
goma de mascar torna-se um pouco mais sólido. O que você acha? Dê-me sua
opinião.
Ah,
quase que me esqueço de lhe comunicar: estou seguindo seus conselhos. Estou me
contendo, pois você tinha e tem razão quando fala que não tenho autocontrole e
“vomito” as palavras nas folhas. Sei que minha “pena” de escrever não se
resguarda, mas o que posso fazer se ela deseja voar?
Mande
notícias para essa pequena “Pseudo Alice”.
Um forte abraço e um
beijo intenso.
quinta-feira, 13 de setembro de 2012
A Decantação de Huxley
O ser humano é estranho... e cego. Enxerga apenas as opções que são mais confortáveis e tendem (sempre) a escolher por elas. A rotina, a monotonia são sempre mais fáceis de se lidar, pois o "novo" é sempre encarado como desconcertante; incômodo.
Não que isso explique o que realmente me pesa. Não, não é isso. Eu mesma não tenho certeza se quero sair da minha zona de conforto; não tenho certeza se quero ser diferente das demais peças "pré-fabricadas" que constituem nossa sociedade e são modeladas pelas opiniões e gostos daqueles que nos fazem, acompanham e corrigem. Sabem a desculpa que usam para nos controlarem? A forte alegação de serem nossos criadores.
Não que isso explique o que realmente me pesa. Não, não é isso. Eu mesma não tenho certeza se quero sair da minha zona de conforto; não tenho certeza se quero ser diferente das demais peças "pré-fabricadas" que constituem nossa sociedade e são modeladas pelas opiniões e gostos daqueles que nos fazem, acompanham e corrigem. Sabem a desculpa que usam para nos controlarem? A forte alegação de serem nossos criadores.
Admirável Dilema Novo
Agora (ainda mais) vejo que não passamos de pecinhas de lego não mão de outras pessoas. Possuímos livre arbítrio? Não. Não por inteiro, ao menos. Concordemos que é sempre mais fácil deixar que alguém nos controle, que tome as decisões por nós mesmos.
Eu mesma deixo que "tomem as rédeas" por mim, mas o problema é que isso não tem dado muito certo ultimamente.
Talvez eu pertença demais à mim mesma; talvez eu não tenha saído conforme o esperado; talvez, por conta disso tudo, eu não consiga administrar a INDECISÃO; a tua indecisão; a nossa indecisão.
Para mim, é mais objetivo. Posso citar Cássia Eller inclusive:
Parece-me tão claro, simples e objetivo! Sei que para ti nem tanto... Ó, como eu faço questão de possuir uma lanterna para te mostrar o que há no fim da linha do teu dilema.
Só que... ao chegarmos lá, o que nos aguardaria? Fracasso? Medo? Solidão? Raiva? Ou quem sabe uma fonte inesgotável dos mais diversos prazeres?
Bem, eu não sei e, infelizmente, não cabe a mim descobrir.
Para saber é necessário desbravar; para desbravar é preciso coragem; para possuir coragem é decisivo que tenhas vontade própria. E então? Tu tens vontade própria? Está pronto para, quem sabe, lidar com o fracasso e a decepção? Ou então deliciar-se com o sucesso e todo o bônus que vem junto dele?
Não posso decidir por alguém; não vou controlar ninguém como eu sou controlada.
Afinal, até hoje eu tento me livrar das linhas que prendem-se a mim como linhas de uma BONECA DE VENTRÍLOQUO.
Só me resta saber sobre os teus barbantes: será, tu, capaz de queimá-los; cortá-los?
Eu mesma deixo que "tomem as rédeas" por mim, mas o problema é que isso não tem dado muito certo ultimamente.
Talvez eu pertença demais à mim mesma; talvez eu não tenha saído conforme o esperado; talvez, por conta disso tudo, eu não consiga administrar a INDECISÃO; a tua indecisão; a nossa indecisão.
Para mim, é mais objetivo. Posso citar Cássia Eller inclusive:
E eu te chamo
E eu te peço: vem!
Diga que você me quer
Porque eu te quero também
Parece-me tão claro, simples e objetivo! Sei que para ti nem tanto... Ó, como eu faço questão de possuir uma lanterna para te mostrar o que há no fim da linha do teu dilema.
Só que... ao chegarmos lá, o que nos aguardaria? Fracasso? Medo? Solidão? Raiva? Ou quem sabe uma fonte inesgotável dos mais diversos prazeres?
Bem, eu não sei e, infelizmente, não cabe a mim descobrir.
Para saber é necessário desbravar; para desbravar é preciso coragem; para possuir coragem é decisivo que tenhas vontade própria. E então? Tu tens vontade própria? Está pronto para, quem sabe, lidar com o fracasso e a decepção? Ou então deliciar-se com o sucesso e todo o bônus que vem junto dele?
Não posso decidir por alguém; não vou controlar ninguém como eu sou controlada.
Afinal, até hoje eu tento me livrar das linhas que prendem-se a mim como linhas de uma BONECA DE VENTRÍLOQUO.
Só me resta saber sobre os teus barbantes: será, tu, capaz de queimá-los; cortá-los?
quarta-feira, 12 de setembro de 2012
Ao "Homem Moderno"
Por que quando tudo vai bem, quando finalmente a "pseudo harmonia" é encontrada, algo de abrupto acontece e, como um furacão, tudo fica arrasado? Por que essa estabilidade emocional é tão pouco duradoura? Por que há essa destinação para a amargura, para a raiva, para a melancolia? Por que viver remoendo e revivendo aquilo que foi bom, se nessa hora é como se uma estaca atravessasse o peito? Por que viver com essa agonia que é sentir as vias respiratórias sendo "apertadas", causando a sensação de sufoco? Para que fim serve ver quem ou o que não é querido?
Levando para o lado pessoal... Quem sou eu? O que estou fazendo agora, nesse instante? Agora, eu não sei, mas se há algo que posso afirmar é o fato de sentir uma angústia (fisicamente, um "bolo" na garganta).
A origem dela? Pergunte ao "Homem Moderno" que "ceifa corações".
Meu "coração" não foi ceifado, mas por pouco e só porque meu apego é demorado.
Não sou um verme suplicante por "ar". Não, não sou isso, ó "Homem Moderno". Eu mesma serei responsável pelo meu "ar"; pelos meus arrependimentos e não precisarei culpar ninguém por isso. Afinal, é um direito inalienável de cada um estragar a própria vida.
E caso se pergunte, "Homem Moderno", não, eu não derramei "lágrimas" ao escrever, pois quando são derramadas lágrimas (por mim), elas simbolizam um único sentimento por vez. No entanto, dessa vez, meu corpo "transbordou" os mais diversos sentimentos reprimidos aqui no meu peito. E não, "Homem Moderno", nem todos eles foram causados por ti. Só meu causaste três; os mais violentos, é claro.
Tenha um bom dia, "Homem Moderno", pois eu agora procurarei pelo meu.
sábado, 18 de agosto de 2012
"Marry me?"
Por que diabos não discutimos isso? Melhor dizendo por que ignoramos ou então sentimos nojo, desprezamos, avacalhamos essa mudança que é o casamento gay? Somos imaturos para isso? É uma herança das opiniões familiares?
São tantas possibilidades, mas nenhuma me parece razoável o suficiente. Segue o texto escrito por mim, obviamente. Quero expor; sim, hoje eu quero expor o que penso e até mesmo sinto sobre isso. Não quero ser uma completa alienada, incapaz de pensar por mim mesma e acatar todas as opiniões de minha família, por exemplo, aonde possui elementos que julgam fervorosamente o matrimônio gay.
Isso tudo é ridículo. Não devemos amar "o homem" ou "a mulher", mas devemos amar o conjunto e tudo o que ele representa. Sua personalidade, perspicácia, inteligência e até mesmo seu bom gosto (perante diferentes pontos de vista, é claro).
Espero que gostem e se não gostarem, não percam seu tempo comentado, lendo ou sei lá eu o que pretendem fazer.
Fora isso, Ohayô gozaimasu, minna-san. >.<
As transformações sociais estão
conosco diariamente e, se pararmos para pensar, o que houve de tão grandioso
nos últimos tempos? Avanços tecnológicos? Com certeza, mas uma das maiores
reviravoltas na sociedade é a aceitação do matrimônio homossexual que durante
anos foi repelido intensamente por grande parte da população, possuindo uma
inimiga de alto conceito, ou seja, a Igreja.
O casamento homossexual foi
depreciado durante séculos, mas enfim foi aceito (em parte) pela sociedade.
Apesar de presenciarmos tais uniões em Igrejas e em cartórios, há uma grande
massa “conservadora” que tende a julgá-los. E isto está retardando o avanço
intelectual, acabando por refletir em nosso cotidiano na forma de discussões
irracionais sobre sexualidade, aonde o “conservador” demonstra toda sua ojeriza
perante a sociedade “gay” a qual, no fim de tudo, sente-se reprimida em função
de tanto argumentos contra si.
É um ato estúpido recriminar os
homossexuais tendo em vista a “expansão” deles. Cabe-nos a função de possuirmos
a mente aberta e aceitá-los; a função de educar nossos filhos futuramente de
modo que eles não se tornem adultos limitados e com horror a eles. Nosso dever
é construir uma nação respeitosa e mesmo que essas palavras soem utópicas, não
nos cabe muito mais a fazer já que a questão “homossexualismo” faz parte da
nossa realidade e de nossas rotinas.
Absolutamente essa é uma das
maiores transformações sociais não apenas pelo fato de permitir o casamento
entre pessoas do mesmo sexo, mas também por fazer-nos parar, pensar e rever
nossos conceitos sobre preconceito e intolerância. De certa forma estamos sendo
obrigados pela natureza homossexual a evoluirmos intelectualmente; a
aceitarmos, a nos adaptarmos e aprovarmos esse novo modelo de sociedade que finalmente
emerge.
sexta-feira, 27 de julho de 2012
Custa pensar?
Estava pensando sobre o conceito de moralidade e ética vigente hoje, mas não cheguei a nenhuma conclusão.
Minha visão de mundo é deturpada a cada dia pela mídia que nem sei bem o que dizer sobre isso e me sinto mal. Me sinto pior ainda por ter escrito um texto sobre isso aonde coloco ideias antigas, de uma falsa eu que muitas vez não concorda com aquilo, mas que perante a necessidade de um posicionamento recorre à qualquer subterfúgio.
É isso o que somos? Falsários que para escapar de alguma situação mentimos não apenas para nós mesmo, mas também para aqueles à nossa volta? Somos injusto e violentos? O que somos de verdade? O que nos define? Existimos de verdade ou isso não passa do delírio de um alguém que tomou muito LSD?
Praticamente ninguém pensa nisso, pensar faz a cabeça "doer" e ao fazer funcioná-la chegamos próximo à resposta da vida, mas acho que são poucos os que buscam tal resposta. Decepcionante ser humano, pois do que adianta tanta capacidade?
Como disse Mário Quintana ou Érico Veríssimo (não me recordo ao certo): "Analfabetos são aqueles que sabem ler, mas não leem". Deprimente, mas verdadeiro.
Ao mais, boa noite.
Minha visão de mundo é deturpada a cada dia pela mídia que nem sei bem o que dizer sobre isso e me sinto mal. Me sinto pior ainda por ter escrito um texto sobre isso aonde coloco ideias antigas, de uma falsa eu que muitas vez não concorda com aquilo, mas que perante a necessidade de um posicionamento recorre à qualquer subterfúgio.
É isso o que somos? Falsários que para escapar de alguma situação mentimos não apenas para nós mesmo, mas também para aqueles à nossa volta? Somos injusto e violentos? O que somos de verdade? O que nos define? Existimos de verdade ou isso não passa do delírio de um alguém que tomou muito LSD?
Praticamente ninguém pensa nisso, pensar faz a cabeça "doer" e ao fazer funcioná-la chegamos próximo à resposta da vida, mas acho que são poucos os que buscam tal resposta. Decepcionante ser humano, pois do que adianta tanta capacidade?
Como disse Mário Quintana ou Érico Veríssimo (não me recordo ao certo): "Analfabetos são aqueles que sabem ler, mas não leem". Deprimente, mas verdadeiro.
Ao mais, boa noite.
terça-feira, 24 de julho de 2012
É tempo de amar
Sentimento furioso a que todos os
humanos são suscetíveis: o amor. É ele uma doença que, ao menos uma vez na
vida, acerta-nos com toda sua força e, colocando-o nas palavras de Camões, é “fogo
que arde sem se ver” e “é querer estar
preso por vontade”. Sábios dizeres que bem hoje, e sempre, definiram essa
sensação inevitável entre nós, seres de sangue quente. Mas o foco não são as
boas “vibrações” que ele pode agregar a uma pessoa, mas sim as desilusões que
carrega no pacote.
“Aquela paixão e ligação
haviam-no dominado tão inteiramente que estivera como que escravizado”. Neste
fragmento de “O Eterno Marido”, de Dostoiévsk, podemos ver como Vielhtcháninov
sentia-se ao recordar de seu caso com Natália e não apenas eles sentiu-se
assim. Todavia todos que tomam consciência de seus objetos, pessoas, etc.,
amados dão-se conta do real significado de tal sentimento: escravidão,
submissão, em alguns casos o ciúme e diversas outras consequências que findam
por enegrecer a alma humana. O que pode o tornar pior? Dois fatores: primeiro
que “amar” é algo que tanto o corpo como a mente necessitam, pois sem ele é
como haver um oco dentro de si e, na tentativa de preencher o vazio, somos
tomados pelo impulso e deixamos que qualquer leviano(a) nos domine. E o segundo
fator que tortura e angustia e nós, reles mortais, é não correspondência da
outra parte.
Todos sofremos desse mal ao menos
uma vez na vida: o amor não correspondido. Hoje é “modinha” as pessoas trocarem
carícias sem o menor sentimento, não que antes não ocorresse, mas é agora que esse fato foi, por
assim dizer, “escancarado”. O que seria isso? É a nossa carência gritando cada
vez mais alto (e também a libido) o que nos impele a mantermos relacionamentos
em que não há qualquer grau afetivo que seja. Todo esse “carnaval” é para
podermos, nem que seja por algumas horas, nos sentirmos “completos”. Senhoras e
senhores, esse é o ser humano lutando contra o abismo que a falta do ser amado
causa.
Séculos passaram-se e muitos
outros ainda virão, mas o “amor” e toda a consequência que ele traz nunca se
modificará. A realção homem mulher sofre constantes transformações, mas o que
cada um sente e pensa, nem a todo momento está preparado para acompanhar tais
mudanças.
Segue uma música que, sei lá, me inspirou para escrever este texto mesmo que não tenha nada a ver com o sentido real. É da banda The Zombies e a música é Time Of The Season.
segunda-feira, 23 de julho de 2012
2012: 80 anos do começo de uma luta
A conquista feminina do direito
ao voto completou, neste ano, oito décadas. Maior transformação social? Não há.
Afinal, o eleitorado conta com 52% dos votos concedidos por nós, mulheres que
apesar de algumas objeções, participamos da construção da nação brasileira.
Mesmo na Grécia, o berço da
democracia, o voto feminino era proibido sob a falsa acusação de sermos
intelectualmente inferiores. No entanto, esta alegação não nos foi satisfatória
e em 1910, no Brasil, reivindicamos nosso direito sublime: o de votar. Está em
nossas mãos escolher aqueles que tornarão o país um local de 1° mundo. Sim, nós
possuímos este poder e é a partir dele que a nossa sociedade se modifica e
evolui tornando aqui um terreno acolhedor para ambos os sexos. Porém, mesmo com
mudanças e tais conquistas, continuamos a trabalhar mais e a ganhar menos do
que o público masculino.
A partir da conscientização
deste fato é que nos damos conta de que é necessário realizar algum movimento
em combate a essas desigualdades que ainda perduram. E a quem recorrer? Ao
governo por meio das eleições, pois cabe a eles reparar esta falha na sociedade
e a nós eleger o mais capacitado para realizá-lo. No momento em que houver a
igualdade social absoluta entre os sexos, estaremos mais preparados para
sairmos da denominação “pátria emergente” e faremos jus às pioneiras na luta
pela causa feminina como Bertha Luz, fundadora da Liga pela Emancipação
Intelectual da Mulher.
Desvalorizar o voto é o mesmo
que fazê-lo com nós mesmos. Esta é umas das poucas formas de reivindicarmos o
que é nosso e a batalha segue seu rumo final, fazendo valer a pena cada
sacrifício feminino, como o de Olympe de Gouges, e ser-se-á, neste Outubro, que
teremos a força para decidirmos nosso futuro pelos próximos quatro anos. A
prudência será necessária no momento de pressionar “confirma” na urna, mas
mesmo que nossa escolha não valha a pena, ainda temos voz para transformar e
construir nossa nação.
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